Introdução

A inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais representa um compromisso com os direitos humanos e com a justiça social, mas ainda é um desafio presente em muitos sistemas educacionais. Fatores como a falta de formação docente específica, a escassez de materiais pedagógicos adaptados e a desarticulação entre os serviços de apoio comprometem a efetividade das políticas inclusivas.

Nesse contexto, o projeto Cap sur l’École Inclusive en Europe foi concebido para preencher essas lacunas, proporcionando uma resposta estruturada e internacionalmente colaborativa. A proposta integrou saberes da neuroeducação, da pedagogia inclusiva e da formação em serviço, partindo de experiências concretas vividas em escolas europeias.

Objetivos

O projeto Cap sur l’École Inclusive en Europe foi concebido com a intenção de enfrentar lacunas na formação de professores em relação à inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). Ele visava alinhar práticas pedagógicas a uma abordagem colaborativa entre educação e serviços médico-sociais, a partir de uma rede internacional de cooperação.

Seus objetivos específicos foram:

Fomentar a criação de uma rede europeia de intercâmbio de práticas inclusivas entre professores, pesquisadores e instituições.

Desenvolver um módulo de formação docente europeu voltado para práticas inclusivas;

Identificar e sistematizar boas práticas pedagógicas em contextos multiculturais e multilíngues;

Produzir 100 fichas pedagógicas com orientações práticas de uso direto em sala de aula;

Criar uma metodologia própria de formação (D.R.E. – Définir, Rassurer, Éduquer) para apoiar a atuação de professores junto a alunos com NEE;

Estabelecer conexões entre os setores educacional e médico-social, promovendo um trabalho interdisciplinar e articulado;

Garantir a tradução dos materiais para sete idiomas europeus, ampliando o alcance geográfico e cultural;

Disponibilizar os recursos pedagógicos de forma aberta e online, por meio de uma plataforma digital;

Repercussão Internacional e no Brasil

Embora as pesquisas tenham sido oficialmente encerradas em 2019, o projeto continua gerando impacto em outras regiões, especialmente no Brasil, através da atuação da Profa. Dra. Ângela Mathylde Soares.

A professora integra o grupo GI3TES e atua como coordenadora científica do Congresso Internacional de Neurociências e Aprendizagem Brain Connection: Diversos Olhares Sobre o Mesmo Cérebro, evento que discute as relações entre neurociência, educação e inclusão. Desde 2020, o congresso tem dedicado sessões específicas à divulgação do projeto europeu, ampliando o acesso às suas ferramentas por educadores brasileiros.

Além disso, a Dra. Ângela foi agraciada com o Prêmio Special Tribute International Award pela Comissão Europeia, em reconhecimento ao seu trabalho adaptando o projeto à realidade brasileira. Ela também desenvolveu o PPAI-M (Plano Pedagógico de Atendimento Individualizado Multidisciplinar), que adapta os princípios do método D.R.E. para o contexto das escolas públicas e privadas do Brasil.

Objetivos

O projeto “Spot and Stop Emotional School Dropout”, vulgo “Prevenção do Abandono Escolar Precoce”, procurou ser um incentivo/motivação à aprendizagem e ao sucesso educativo, não só em termos académicos, mas sobretudo, no sentido de se prevenir o afastamento da vida escolar antes da conclusão do 12º ano/18 anos de idade. Pretendeu-se conhecer e partilhar estratégias de motivação escolar, bem como implementar um sem número de outras que nos permitissem agir preventivamente. Pretende-se ainda, a partilha de culturas e metodologias, por forma a concretizar de 3 grandes objetivos: -Formar uma equipa de docentes e técnicos que intervenham não só em contexto escolar como sociofamiliar, para que sejam capazes de propor alterações nas práticas educativas e para que tenham condições de as levar a cabo, individual e coletivamente no seu dia a dia, combatendo o abandono e o insucesso escolar. – Introduzir uma dimensão transnacional nas práticas educativas e na forma como a escola-família-alunos sentem a frequência escolar, contribuindo para a criação de uma sociedade aberta a todos, tentando assegurar a existência de estruturas e mecanismos destinados a eliminar as discriminações a todos os níveis. – Valorizar o esforço individual e grupal, reforçando a ligação entre a escola e as famílias e combater a saída precoce do sistema de ensino.

Resultados Atingidos

Desenvolvimento de competências nos domínios chave das línguas, das TIC/Técnicas. promoção da inclusão social e cidadania ativa. Os participantes adquiriram conhecimentos diversos não só em termos da partilha de hábitos e costumes culturais, como também elencaram as (des)vantagens relativas à Prevenção do Abandono Escolar Precoce. Os participantes ficaram ainda dotados com as chamadas “competências transversais”, entendidas como um conjunto de capacidades, conhecimentos e experiências indispensáveis ao futuro sucesso profissional nos dias de hoje em qualquer área de atividade, como são as competências linguísticas, iniciativa, adaptabilidade, flexibilidade, comunicação e decisão. Foi ainda possível elaborar questionários aferindo a forma como os discentes sentem a escola, de forma a reforçar cada vez mais a ligação entre a escola e a sociedade (ex: empresas, etc.) Salienta-se ainda, que com este projeto foi feito um esforço conjunto de valorização do capital humano (alunos e professores), o combate à discriminação e à saída precoce do sistema de ensino. Finalmente, o fruto deste projeto será transformado num estudo europeu, a publicar muito brevemente, e com o qual se pretende elaborar um Manual de Boas Práticas relativas às estratégias de intervenção-ação para prevenir o Abandono Escolar Precoce, logo o
“Spot and Stop Emotional School Dropout”.

O Projeto, colocado em prática na Europa desde 2022, chega à toda América Latina em 2025 através da Profa. Dra. Ângela Mathylde Soares.